Contratos de exportação garantem venda de 360 mil toneladas do trigo gaúcho
A proposta de buscar alternativas para a produção gaúcha de trigo com o fomento de plantio para um cereal que apresente características aptas para a exportação deve colher frutos já nesta temporada. A expectativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), que desenvolve projeto conjunto com a Embrapa Trigo, de Passo Fundo (RS), é de que pelo menos 360 mil toneladas do cereal já estão comercializadas para outros mercados, sendo que ainda faltam dois meses para o início da colheita.
Conforme o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, já existe uma sinalização de que 20% da previsão de safra do trigo está comercializada em contratos futuros para a exportação com preços pré-fixados junto a tradings que negociam com diversos países. "Ficamos dependendo apenas da questão do clima para conciliarmos uma coisa muito difícil que é ter preços de oferta com valor 30% superior ao do ano passado e uma previsão de alta produtividade. Este ano, se o clima ajudar teremos uma produção suficiente para suprir a indústria moageira gaúcha além de ter um excedente para outros mercados", salienta.
Sobre o clima, o dirigente ressalta que atualmente está favorecendo a cultura do trigo, tendo umidade suficiente para a implantação da cultura nos cerca de 690 mil hectares previstos para o cereal, o que dá um quadro de estabilidade de área dentro de uma margem se comparado à safra passada. "Uma característica da cultura do trigo este ano no Rio Grande do Sul é que ela tem uma amplitude de plantio muito grande, desde o final de maio, quando começaram a plantar nas regiões mais quentes e que já estão em fase de emborrachamento, até os da regiões mais frias, semeados no final de julho, que estão na fase de perfilhamento", destaca Pires.
De acordo com os resultados do segundo ano da pesquisa de alternativas para o cereal, realizada em conjunto com a Embrapa Trigo, a variação da redução de custos verificada no estudo ficou entre 8,98% e 24,3%. No primeiro ano, a redução máxima foi de 18,7%. O projeto foi desenvolvido em campos experimentais da Coopatrigo, em São Luiz Gonzaga, da Cotricampo, em Campo Novo, da Cotrirosa, de Santa Rosa, e da Cotripal, de Panambi, além de uma área da Embrapa em Coxilha.