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Associados da Languiru participam de palestra sobre Mastite


O Setor de Leite do Departamento Técnico da Cooperativa Languiru, em Parceria com o Hipra Saúde Animal, promoveu palestra direcionada aos associados produtores de leite. O evento ocorreu no dia 7 de outubro, na Associação dos Funcionários da Languiru, e destacou “Fomento à qualidade do leite - novas ferramentas para o controle da CCS”. A palestra foi ministrada pelo gerente técnico da Hipra Brasil, Uruguai e Argentina, Rafael Ortega Arias de Velasco.


Com larga experiência em programas de controle de CCS na Europa, o espanhol é médico veterinário, diretor de laboratório privado na Espanha, integrante de grupo europeu de especialistas em qualidade do leite, membro do Comitê de Máquinas de Ordenha (Milk Machine Comite), estabelecido nos Estados Unidos, além de autor de livros sobre qualidade do leite. “O tema abordado é de suma importância para a produção leiteira. Além de ser um palestrante qualificado, o assunto é relevante e está diretamente relacionado ao dia a dia do produtor, influenciando nos índices de produtividade e qualidade do rebanho”, avaliou o técnico em Agropecuária do Setor de Leite da Languiru, Dilson Fredrich, na abertura do evento.


Ortega ressaltou que os produtores de leite devem ser produtores de leite profissionais, com foco na qualidade. “O leite deve ser um produto de qualidade. Quanto mais qualidade, melhor para todos. Produtos de qualidade beneficiam a todos os integrantes da cadeia produtiva e os consumidores”, frisou, acrescentando que nesse contexto, “vaca saudável é sinônimo de vaca rentável”.


Entre os fatores que influenciam na melhora da qualidade do leite, o palestrante destacou a aplicação da normativa para o pagamento por qualidade, mudanças na estrutura do setor produtivo e a implantação dos programas de melhora da qualidade do leite. “Muito já tem sido feito, mas ainda precisamos mais. Devemos ter a consciência de que manejamos um produto que se destina ao consumo humano”, justificou.


Esses fatores, segundo Ortega, objetivam melhorar a contagem total de bactérias e de células somáticas (CCS); melhora dos parâmetros físico-químicos; e ausência de inibidores ou substâncias indesejáveis na alimentação humana.


Com relação à sanidade animal, o palestrante ressaltou que o produtor deve estar atento aos detalhes. Referindo-se especificamente aos casos de mastite, sugeriu que “o produtor deve ter a consciência de que existe um problema, e não adianta a orientação se o produtor não reconhece a necessidade de melhoria. Também deve haver quem explique o problema, o profissional técnico, por exemplo. É necessária uma compreensão das causas dos problemas de mastite. Devido às grandes variações nos padrões de mastites entre as fazendas, temos que oferecer soluções especificas em cada caso, com avaliação e monitoramento”.


A mastite é a doença mais onerosa que afeta o gado de leite. Causa significativas perdas econômicas para a cadeia leiteira. Na União Europeia, esse prejuízo representa cerca de 1,2 bilhão de Libras ao ano. Na conversão para a moeda brasileira, esse valor é quatro vezes maior no Brasil. “Poucas pessoas fazem esse cálculo. O controle de CCS individual é a melhor forma de controlar os casos de mastite subclínica. A medida que aumentam as células somáticas, aumentam as perdas de produção. Com o controle individual, o produtor consegue avaliar o tamanho da perda financeira e a queda de produção da propriedade. A CCS é um parâmetro básico no controle da mastite, e é necessário registrar os dados do rebanho. A nível mundial, uma vaca doente apresenta CCS acima de 200 mil”, exemplificou.

Entre outras dicas, Ortega destacou que os programas de controle da mastite devem ser aplicados ao rebanho. “O esforço que colocamos para preparar as vacas na sala de ordenha, é inversamente proporcional à higiene do úbere”, explicou o palestrante, apresentando conjunto de dicas salutares à produção leiteira: busque constantemente a higiene de ordenha; tenha atenção especial ao funcionamento adequado da máquina de ordenha; realize a terapia de secagem; realize o tratamento de todos os casos clínicos; elimine as vacas crônicas; estabeleça objetivos para a saúde do úbere; mantenha o ambiente limpo, seco e confortável; tome nota do máximo de dados; use vacinas como medida preventiva; realize manutenção da biossegurança; e monitore regularmente o estado sanitário do úbere.


Ortega também chamou atenção do grupo para que revise a importância do período seco no controle das mastites; ofereça espaço suficiente para reduzir a exposição aos patógenos ambientais; reduza a exposição ao barro, esterco e umidade; preste atenção aos piquetes; e não deixe as vacas parirem em áreas que possam gerar algum incômodo aos animais.

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